A pizza chegou à Argentina na segunda metade do século XIX, com a onda de imigração que tornou as etnias italianas a maioria da população argentina. Seu ponto de surgimento foi o bairro de La Boca, em Buenos Aires, de esmagadora maioria genovesa, onde em 1882 Nicola Vaccarezza construiu o primeiro forno documentado, onde começou a cozinhar fainá, uma tortilha de grão-de-bico de origem genovesa que desde o início caracterizaria a pizza argentina, como acompanhamento, com o vinho moscato, de origem piemontesa. Daquela época data uma fotografia histórica que mostra Ricardo Ravadero, também de Gênova, na Boca, vendendo pizzas na rua.

Mas será a família Banchero que será associada à origem da pizza argentina. Em 1893, o genovês Agustín Banchero se estabeleceu em La Boca e abriu uma padaria chamada "Riachuelo" que ele administraria com seu filho Juan. Lá não só vendiam pizzas, como Juan Banchero inventou a fugazza com queijo e a fugazzetta, uma combinação original de pizza e focaccia (fugassa em genovês), feita de pão e cebola. Em 1932, Juan Banchero e seus filhos abriram a pizzaria Banchero em La Boca que se tornaria uma das principais pizarias de Buenos Aires. Em 1934, Juan Banchero foi nomeado "Imperador da Fugaza com Queijo" pela República de La Boca, uma famosa associação cultural do bairro composta por artistas de destaque.

Destaca-se também a pizzaria Güerrín, cuja pizza é considerada uma das melhores do mundo, com uma produção média diária de 1.000 pizzas, chegando a 1.500 nos fins de semana.

A pizza é preparada e consumida em toda a Argentina, principalmente em suas áreas metropolitanas, que têm uma grande proporção de habitantes de ascendência italiana. Argentina tem o maior número de pizzarias por habitantes do mundo.

A pizza na Argentina é caracterizada por sua massa mais grossa e pela abundância de queijo mussarela de leite de vaca, "até as bordas, para dourar e gratinar”.

Desde sempre é um habito dos portenhos e visitantes de Buenos Aires, ir ao cinema ou aos teatros da calle Corriente, e antes ou depois da seção, ir numa das tantas pizzarias do centro.

É como se a saída do fim de semana não estiver completa se não se foi numa pizzaria.

Estas pizzarias além do salão principal tem os balcões para comer de pé, rapidamente. Este costume, diz a lenda popular, começou com os taxistas da cidade, que no meio do trabalho entre uma corrida e outra, paravam numa pizzaria e comiam uma fatia em pé, na época por umas moedas, e continuavam o trabalho. Ainda hoje permanece este hábito entre as pessoas que não querem gastar muito e ainda assim comer a melhor pizza do mundo.